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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Câmara aprova Moção de Repúdio apresentada por Oliveira Tresse (PSC) à campanha 'Libera o meu xixi' promovida pela UFJF

O Plenário da Câmara Municipal aprovou, na manhã desta sexta-feira, 27, Moção de Repúdio à campanha 'Libera o meu xixi', iniciada esta semana pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O documento foi apresentado pelo vereador Oliveira Tresse (PSC), sendo aprovado por ampla maioria, com apenas dois votos contrários. Clique em “Mais Informações” para conferir, na íntegra, a Moção de Repúdio.

Moção de Repúdio

Uma das razões que me fazem posicionar contrariamente a campanha “Libera o meu xixi”, implementada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), é entender que as desigualdades existem e devem ser respeitadas. A meu ver, equiparar desiguais, colocando-os na mesma situação, é uma forma de agressão. Também gostaria de destacar que intervenções dessa natureza deveriam respeitar a cultura local, e que o melhor caminho para o respeito às diversidades é a educação, e não uma atitude como essa, que permite que pessoas com sexo diferentes possam usar o mesmo banheiro.
 
Penso que tal medida expõe, principalmente, as mulheres. Acredito que pessoas mal intencionadas possam se aproveitar dessa situação. Não estou me referindo às pessoas que se identificam com gênero diferente do seu sexo. Os casos de violência contra a mulher estão cada vez mais comuns e ocorrem nos ônibus, nas ruas ou em qualquer lugar. Cabe ressaltar ainda que, a UFJF tem grande extensão e vários prédios o que torna difícil o seu monitoramento. Temo que uma parte significativa das mulheres sentirá, além de constrangimento em dividir o banheiro com pessoas com outro sexo biológico, insegurança para uma simples ida ao banheiro, principalmente à noite.   

Preocupa-me também o entendimento desta medida por crianças e adolescentes, os quais encontram-se em processo de formação pessoal e intelectual. Assim como em relação às mulheres, essa parcela da população também poderá sofrer com a ação de pessoas mal intencionadas. Volto a reafirmar que não estou me referindo às pessoas que se identificam com gênero diferente do seu sexo, mas aproveitadores que podem se valer de tal situação.

Gostaria de ressaltar que nunca fui e não sou homofóbico ou heterofóbico, já que não sou dado a extremos e que, apesar da idade, facilmente me adapto às mudanças sociais e culturais. Entretanto, entendo que permitir que pessoas possam utilizar-se do banheiro de acordo com sua “identidade de gênero” é forma de desigualdade, posto que geneticamente e fisiologicamente existem diferenças que devem ser respeitadas.

Cabe ressaltar ainda que essa decisão contraria a vontade da maioria da população. Em recente pesquisa realizada por um veículo de comunicação da cidade, das 60 pessoas entrevistadas 58 foram contrárias à campanha promovida pela UFJF.
 
Por tudo isso, manifesto o meu repúdio em relação à campanha da UFJF, iniciada esta semana de forma vertical e sem discussão com demais setores da sociedade. Apesar de ser uma entidade federal, está localizada em nosso município e deveria participar a sociedade, dialogando com seus vários segmentos. Nossa cidade tem 165 anos de fundação e desde sempre os banheiros em locais públicos foram divididos de acordo com o sexo biológico. Mudar isso da noite para o dia, a meu ver, não é o melhor caminho para construirmos uma sociedade melhor, tampouco para garantir o respeito à diversidade de gênero.

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